A Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), em parceria com o Conselho Gestor da Economia Popular Solidária e o Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária, vai capacitar até junho deste ano 660 empreendedores em 33 municípios do Estado. Ao todo, serão realizadas 44 oficinas temáticas nesses locais. A oficina de planejamento do projeto de Formação em Economia Popular Solidária (EPS) foi concluída nos últimos dias 23 e 24 deste mês, com a participação de membros do Conselho Estadual de EPS, representantes da Sedese e do Fórum Mineiro de EPS.
Metodologia participativa
Além de elaborar o plano de trabalho (ações e atividades), a oficina de planejamento teve como objetivo validar o material pedagógico para 44 oficinas temáticas, parte da próxima etapa do Projeto, prevista para acontecer entre os meses de abril e junho. Serão realizadas 22 oficinas para mulheres; 11 oficinas para jovens; 11 oficinas sobre fundos rotativos solidários.
A oficina de planejamento adotou uma metodologia participativa, por meio de trabalhos e dinâmicas em grupos, além de priorizar um diálogo permanente a fim de alcançar uma construção coletiva com os participantes. Durante os trabalhos, foram definidas quais as cidades receberão as oficinas de fundos rotativos, onde acontecerão as oficinas para juventude e as cidades que receberão as oficinas para mulheres. Também foram discutidos os principais temas e conteúdo das oficinas, o cronograma de execução, o perfil dos educadores e as formas de comprovação de experiência desses educadores para um melhor desempenho dos trabalhos.
Segundo Léa Braga, superintendente de Políticas de Empreendedorismo e Economia Popular Solidária da Sedese, “o mais importante é que tudo isso foi construído ouvindo as pessoas da região, pois elas sabem o que é melhor para a realidade delas. O ponto alto eu diria que foi planejar essas oficinas com elas. Isso obedece ao princípio da economia solidária que é a autogestão, construir junto, fazer de forma coletiva. Então, esse projeto está obedecendo a esse compromisso de construir com essas representações da sociedade civil e da economia solidária aquilo que melhor atende”, afirma.
Tatyane Luz Martins concorda com essa visão e comenta: “Não sai tudo como a gente gostaria, mas o fato de nós dedicarmos a caminhar junto é muito importante.” A representante da região Sul de Minas agradeceu por esse espaço da construção.
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Na avaliação de Lea Braga, essa etapa do projeto cumpriu todos os seus objetivos. “A gente teve uma representação muito importante, todos os fóruns regionais convidados vieram e nós conseguimos fazer um detalhamento do conteúdo dessas oficinas”, completa.
O Padre José Carlos, de Diamantina, afirma que chegou com muitas perguntas, mas estava saindo com algumas respostas e outras não. “O importante é a gente ser semeador de esperança”, reflete.
Ao final dos trabalhos, o subsecretário de Trabalho e Emprego da Sedese, Antônio Lambertucci, afirmou que esse processo de construção e desconstrução, pensar e repensar é natural, pois são muitas ideias, “mas nós conseguimos estruturar as 44 oficinas e agora o nosso desafio é implementá-las”, concluiu.
Alternativa econômica
A economia solidária é uma forma de realizar a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na solidariedade, democracia e na cooperação. Ou seja, é um sistema de autogestão em que todos são, ao mesmo tempo, donos e trabalhadores. Portanto, não há patrão nem empregados. A economia solidária busca a mudança da sociedade por meio de um desenvolvimento diferente, voltado para as pessoas e construído a partir de valores como solidariedade, cooperação, democracia, preservação do meio ambiente e dos direitos humanos.
da Ascom/Sedese