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Criança Feliz: Próxima etapa é a seleção de multiplicadores

A próxima etapa do Programa Criança Feliz é a seleção dos multiplicadores que irão trabalhar nos projetos nos municípios. Com o encerramento da Oficina de Alinhamento Intersetorial dos Comitês Estaduais do Programa Criança Feliz, em Brasília, na última quarta-feira, os integrantes do Comitê Gestor dos 26 estados e do Distrito Federal, além de representantes das gestões estaduais, conheceram as diretrizes e estrutura metodológica do programa e discutiram a construção dos Comitês Gestores estaduais e municipais.

Os gestores estaduais farão a escolha desses profissionais, que serão responsáveis pelas capacitações nos municípios e pelo andamento do programa. “Vamos chegar a um total de oito multiplicadores no máximo, por estado. Eles terão uma tarefa de capacitar os supervisores e os visitadores”, explicou o ministro.

Ações intersetoriais – Para a secretária nacional de Assistência Social do MDSA, Carminha Brant, um dos aspectos mais importantes do Criança Feliz é a intersetorialidade. “Tivemos um encontro com a participação de representantes da saúde, da educação, da justiça, da assistência social e da cultura. Isso é muito importante porque o programa é intersetorial. Ele só tem sentido se for desenvolvido com esse foco. Estamos avançando numa maior cobertura, que é a visita às famílias. Isso vai ter significado não só para as crianças, mas também para a melhoria do desenvolvimento da família.”

A Secretaria Nacional de Promoção do Desenvolvimento Humano, criada na nova estrutura do MDSA, sob a gestão de Halim Girade, será responsável pelo Programa Criança Feliz. Halim, que conduziu duas mesas para apresentar o programa, explicou que o encontro aprofundou o aprendizado e as discussões, que antes estavam apenas no âmbito federal. “O nosso maior desafio é como fazer a intersetorialidade e eu gostei muito do resultado das reflexões dessa oficina.”

Na avaliação da diretora de gestão do Sistema Único de Assistência Social (Suas) no Piauí, Rosangela Maria Sobrinho Souza, a oficina conseguiu reunir muitas ideias para por em prática rapidamente o programa. Para ela, o encontro possibilitou a construção de uma proposta de atendimento para um público extremamente vulnerável e necessitado do atendimento que será dado pelo Criança Feliz. “Uma grande diretriz que discutimos foi o atendimento intersetorializado das crianças, para que elas sejam vistas na sua integralidade. O nosso estado está com o objetivo de fortalecer essa caminhada da melhor forma possível”.

Avaliação – O monitoramento e a avaliação do Criança Feliz foram abordados em uma mesa de discussão com a participação do professor da Cátedra Instituto Ayrton Senna no Insper, Ricardo Paes de Barros, e do professor de epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), César Victora.

De acordo com Victora, existem muitos programas bem-intencionados que não são adequadamente avaliados. “A ideia do programa Criança Feliz é transformar essa evidência, que vem de estudos como Pelotas, numa intervenção nacional, promovendo a interação entre pais e crianças de uma maneira mais produtiva, mais inteligente, mais criativa. Estamos confiantes que, com a avaliação rigorosa que será feita do Criança Feliz nos próximos três anos, conseguiremos dar uma resposta muito firme para a sociedade sobre se o programa está tendo os efeitos esperados.”

O professor da UFPel reforçou a importância dos gestores entenderem a relevância do monitoramento e que eles serão peça determinante nessa etapa. “Nós queremos motivar os gestores a participar ativamente e entender o porquê estamos fazendo a avaliação. É importante contar com essa interação permanente com o gestor.”

Também presente no painel, o economista Ricardo Paes de Barros explicou que é por meio da avaliação de impacto que é possível dizer se os programas estão funcionando e o que precisa ser melhorado. “Muito do que estamos aplicando aqui no Criança Feliz vem de avaliações feitas em outros países. Da mesma maneira, se temos uma avaliação desse programa, isso vai ter um enorme impacto sobre o desenho de programas parecidos.”

 

Com Ascom/MDSA. Foto: dIvulgação