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Criança Cidadã completa quatro anos e ajuda 119 adolescentes sair das ruas

Implantado em setembro de 2008 pelo governo do Amazonas, o projeto Criança Cidadã está mudando para melhor a vida de crianças e adolescentes moradores de rua. Em menos de quatro anos de funcionamento 119 meninos e meninas, que faziam das ruas de Manaus moradia, foram reinseridos nas famílias e voltaram às salas de aula com a ajuda do programa, coordenado pela Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Seas).

O Criança Cidadã consiste no trabalho diário de abordagem em ruas, pontes, passarelas e casas abandonadas, de crianças e adolescentes que apresentam situação de vulnerabilidade. Trinta assistentes sociais, psicólogos e sócio-educadores convencê-los a participar de atividades recreativas, esportivas, educacionais e culturais que acontecem na Casa de Acolhida, na avenida Ephigênio Sales, nº 2020, bairro Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus.

De acordo com a secretária das Seas, Regina Fernandes, desde 2008 o governo do Amazonas já cadastrou 107 crianças e adolescentes que fazem das ruas, passarelas e pontes da cidade como moradia ou espaço de trabalho para ajudar no aumento da renda familiar. O projeto realizou também mais de mil atendimentos psicossociais às crianças e seus familiares, além de oferecer atividades sócioeducativas, visitas domiciliares e reuniões com as famílias.

Atualmente, a Casa de Acolhida possui sete abrigados permanentes e 23 em situação intermitente, isto é, transitando entre as ruas, casa dos pais e o Criança Cidadã.  Só este ano, até o mês de junho, 32 crianças já retornaram aos seus lares e se encontram regularmente matriculadas na rede pública de ensino e incluídos nos programas Estadual Jovem Cidadão e Bolsa Família do Governo Federal.

Reaproximação – Robson, de 15 anos, é um dos sete adolescentes que deixaram a vida nas ruas e estão sendo atendidos na Casa de Acolhida, em processo de reaproximação da família depois de dois meses fora de casa. “Aqui no projeto eu posso fazer várias atividades como jogar bola, assistir filmes e passear. Também me sinto mais forte porque tenho me alimentado bem. Na rua eu não tinha o que comer e as pessoas se aproveitavam de minha fraqueza para me espancar. Hoje, tenho um lugar seguro para dormir e passar meus dias. Quero voltar a estudar e aprender a ler”, disse.

Na última quinta-feira (19) ele recebeu a visita da mãe, a dona de casa Iuki Sara Santos de Oliveira. Ela conta que o trabalho do governo está ajudando a reaproximação dela com o filho. Os dois tiveram a relação maternal quebrada por conta das drogas, que levou o adolescentes à procurar as ruas. “Ele já apresentou muitas melhoras desde que chegou na Casa de Acolhida. Está aparentemente mais saudável e mais fácil de conversar. Tem ido até a nossa casa visitar a mim e os irmãos mais vezes e não tem mais frequentado lugares onde possa ter o contato direto com as drogas”, explica a mãe.

A assistente social e coordenadora do Criança Cidadã, Francilene Nascimento, explica que a negligência, desestruturação familiar, violência doméstica, dependência química e as ameaças são os fatores mais comuns que levam a criança e o adolescente a se submeter a vida nas ruas. “Aqui nos identificamos essas condições e trabalhamos para tentar ajuda-los à acima de tudo, quererem mudar e terem uma melhor oportunidade de vida”, disse.