Dados trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vão subsidiar o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) na condução do Brasil Sem Miséria. Em reunião do grupo de trabalho de monitoramento do plano, nesta quarta-feira (11), o IBGE apresentou a metodologia da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) aos representantes do ministério, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.
A pesquisa do IBGE mudou. Deixou de ser anual e passou a mensal. Os resultados serão disponibilizados pelo IBGE a cada trimestre e trarão uma amostragem mais abrangente da realidade socioeconômica brasileira, com a localização mais específica dos bolsões de pobreza. “Com as modificações, a Pnad, feita de forma contínua e com abrangência municipal maior, nos permitirá acompanhar melhor o comportamento da extrema pobreza”, disse a secretária extraordinária de Superação da Extrema Pobreza do MDS, Ana Fonseca.
De acordo com a coordenadora de Estatísticas do IBGE, Márcia Quintslr, as mudanças feitas pelo IBGE na Pnad permitirão direcionar melhor as políticas públicas nas áreas de assistência social e transferência de renda. Entre os indicadores que serão produzidos, um dos mais importantes para o MDS é a variável de rendimento da população. “A Pnad Contínua vai substituir duas pesquisas importantes: a de saúde e emprego e a Pnad Anual. Ela terá alcance em todo o território nacional e traçará um retrato detalhado da realidade, mais do que desenvolvemos até hoje.”
Em outubro de 2011, o IBGE começou a implantar a Pnad Contínua nas regiões metropolitanas e capitais. Neste mês, ela está sendo aplicada em todo o país.
Os dados fornecidos pelo instituto são fundamentais para o direcionamento das políticas públicas. A partir dos resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), também do IBGE, o governo federal definiu uma linha oficial de pobreza no Brasil. São consideradas extremamente pobres pessoas cuja renda per capita é de até R$ 70.
Grupo de trabalho – O grupo de trabalho que vai discutir metodologias e monitorar o Plano Brasil Sem Miséria é formado por representantes do MDS, IBGE, Ipea e Cepal. Por meio de um acordo de cooperação com o Brasil, a Cepal contribui para a elaboração de métodos de acompanhamento de políticas sociais em países da América Latina.
“O Brasil Sem Miséria é um programa social fundamental para superar a pobreza extrema e isso requer monitoramento, instrumentos e metodologia para verificar se estamos tendo os resultados que esperávamos. Esse grupo de trabalho trabalha para aperfeiçoar a avaliação do plano. Portanto, os resultados são importantes para garantir o êxito do programa”, disse o representante do Cepal, Juan Carlos Feres, chefe da Unidade de Estatísticas Sociais do organismo.
Também participaram da reunião os secretários de Renda de Cidadania, Tiago Falcão, e de Avaliação e Gestão da Informação, Paulo Jannuzzi, ambos do MDS; e o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Sergei Soares.
Fonte: Ascom / MDS