A cidade de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, recebeu a primeira Conferência Regional dos Direitos da População LGBTI+, que reuniu 120 pessoas no Hotel Dominguez Plaza, na Praça do Suspiro, no Centro da Cidade. O encontro fez parte das primeiras etapas da 4ª Conferência Estadual dos Direitos da População LGBTI+ do Rio de Janeiro. Ao todo, são 11 Conferências Regionais LGBTI+.
O evento promoveu mesas de debates e grupos de trabalho que se debruçaram sobre temas fundamentais divididos em quatro eixos: enfrentamento da violência LGBTQIA+ nos níveis federal, estadual e municipal; trabalho digno e geração de renda para a população LGBTQIA+; interseccionalidade e internacionalização das políticas públicas; institucionalização das políticas públicas LGBTQIA+ nos âmbitos nacional, estadual e municipal.
As propostas debatidas foram levadas à plenária final, que também elegeu 41 delegados e delegadas da regional, da sociedade civil e do poder público para a 4ª Conferência Estadual LGBTI+ do Rio de Janeiro.
A Conferência Regional LGBTI+ de número três reuniu a sociedade civil e o poder público das cidades de: Nova Friburgo, Bom Jardim, Carmo, Cantagalo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, São Sebastião do Alto, Sumidouro, Teresópolis, Cachoeiras de Macacu, Santa Maria Madalena e Trajano de Moraes.
Para o secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Nova Friburgo Yuri Guimarães, receber uma Conferência LGBTI+ na cidade “é de tamanha importância para o município, por reunir representantes locais e do estado”. Além de reconhecer o trabalho fundamental realizado pelo Centro de Cidadania LGBTI – Hanna Suzart, do Programa Rio Sem LGBTIfobia, “que vem se aprimorando no trabalho de acolhimento na cidade […] e que seja um dia proveitoso de fortalecimento das políticas LGBTQIA+”. Yuri Guimarães também representou o prefeito da cidade, Johnny Maicon Cordeiro.
Já para a vereadora do município de Nova Friburgo Maiara Felício, o encontro foi um dia sonhado e também uma “concretização de mais uma etapa importante para a construção de políticas públicas para a população LGBTQIA+”. “As pessoas que estão aqui são as mesmas que estão nas ruas e nas praças, militando de forma organizada em nossas cidades. São essas pessoas que vão dizer o que é urgente e necessário”, ressaltou ela.
A coordenadora do Centro de Cidadania LGBTI – Serrana I – Hanna Suzart, que fica em Nova Friburgo, Silvia Furtado, comentou sobre os quase 10 anos sem um momento para pensar e falar sobre políticas públicas para a população LGBTI+: “nós temos demandas diversas que precisam ser atendidas. A população LGBTQIA+ precisa estar identificada em todas as políticas públicas do Brasil”. Silvia também é coordenadora executiva da Conferência Regional nº 3.
“Esta conferência é um espaço para demandar o poder público através do movimento social organizado. Nós temos diversas dificuldades na região serrana para trazer políticas públicas, em especial Teresópolis”, afirmou Carol Quintana, militante do movimento LGBTere, do munícipio de Teresópolis. “Estamos organizados para demandar o poder público para mais políticas para nós LGBTQIA+”.
A promotora de Justiça Titular da 1ª Promotoria de Justiça e Tutela Coletiva de Nova Friburgo, Simone Gomes de Souza, ressaltou sobre a relevância do principal mecanismo de garantias e defesas dos direitos humanos, a Constituição Brasileira, e sobre a necessidade de movimentos para colocar em prática. “De fato, nós temos uma constituição que garante todos os direitos, mas que também estabelece metas, que lutamos por anos para alcançarmos. Lutamos bravamente para efetivar a lei estabelecida”, ressaltou a promotora. “O Brasil está construindo a maior democracia do mundo. Um direito feito pelo povo para o povo, sem distinção, garantido pela constituição”.
Fonte: https://www.rj.gov.br/
