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Quilombolas começam a receber pagamento do PAA

Os agricultores familiares da comunidade quilombola Kalunga, no município de Cavalcante, no noroeste do Goiás, já começaram a receber o pagamento do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). Os recursos liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que serão pagos até o fim deste ano, chegam a R$ 103 mil e vão beneficiar mais de 20 famílias.

Dona Lourença, que também recebe o Bolsa Família, é uma das beneficiadas. A produção dela é variada. No terreno que possui, ela planta alface, couve, banana e abóbora. Antes do PAA, parte da produção da agricultora era perdida. “A gente não conseguia vender, ou dava para os vizinhos ou perdia tudo, porque até mesmo pra gente era muita comida.”

Com a venda garantida, dona Lourença está recebendo aproximadamente R$ 1,3 mil por mês. O plano dela é investir cada vez mais no cultivo e aumentar a renda. “Eu quero juntar pra ver consigo produzir mais. Quero investir, preciso comprar os canos de irrigação e, então, a cada ano aumentar a produção.”

Áurea dos Santos, de 28 anos, também está conseguindo garantir a comercialização do que produz no campo. “Tem pepino, couve, cenoura”, conta. Assim como dona Lourença, ela tinha dificuldades em vender o que produzia. “Era muito difícil vender, o pessoal não comprava. Muitas vezes a banana que eu levava vinha ralando, porque a gente trazia da roça a cavalo. Aí o pessoal achava que estava estragado.”

De acordo com o secretário de Agricultura do município, Ricardo Galvão, 40% do público beneficiado com os recursos são mulheres. “O PAA incentivou bastante, principalmente as mulheres. 40% das produtoras são mulheres, que estão cada vez mais motivadas a trabalhar no campo.”

Destinação – Os alimentos são diretamente doados às escolas públicas, entidades socioassistenciais e redes de proteção a pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Temos o Peti que é beneficiado. Estamos melhorando cada vez mais a alimentação nas nossas escolas. E também doamos às entidades, como o Centro Espírita, que fornece janta em três dias da semana às pessoas mais pobres”, conta o secretário.

Para o presidente da Associação Kalunga de Cavalcante, Florentino Xavier, a entrada do PAA na vida da comunidade está contribuindo para reduzir a situação de extrema pobreza local, estimulando o trabalho e combatendo a insegurança alimentar. “Está sendo muito importante para nós. As coisas finalmente começaram a funcionar. As pessoas estão mais motivadas, elas agora pensam em expandir, produzir cada vez mais em suas terras. Antes, quando a gente não conseguia vender o que produzia, ficava desanimado. Quanto mais produzirmos e comercializarmos, melhor pra gente e para as pessoas beneficiadas com esses alimentos de qualidade, produzidos sem agrotóxicos.”

Ascom/MDS