Primeiros bancos apoiados pelo MDS começaram a ser implantados no final de outubro de 2003. Atualmente, 74 unidades estão em funcionamento e outros 50 em fase de instalação.
Brasília, 7 – Há nove anos é a mesma coisa: toda semana, o carro da Obra Social São Francisco Xavier vai ao Banco de Alimentos de Diadema, na região do ABC paulista, buscar frutas, verduras e legumes que, se não fosse para a instituição, iriam para o lixo. São alimentos sem valor comercial, descartados por causa da aparência. Mas que têm alto valor nutricional e alimentam 290 crianças e adolescentes.
Assim como os meninos e meninas de Diadema, 1,3 milhão de pessoas são alimentadas todos os meses pelos 74 bancos de alimentos espalhados pelo país e que têm o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). No ano passado, eles distribuíram 25 mil toneladas de alimentos, atendendo 4,2 mil entidades socioassistenciais. Atualmente, outras 50 unidades estão em fase de implantação com o apoio do governo federal.
A política pública de combate ao desperdício de alimentos, financiada pelo governo federal, começou há nove anos. Em 29 de outubro de 2003, foi assinado o primeiro contrato de apoio, com a prefeitura de Juazeiro (BA). A unidade foi inaugurada em 2005. A coordenadora do Banco de Alimentos na cidade baiana, Ataildes Pinheiro, lembra que tudo começou como uma “vaca mecânica” – ou seja, apenas doação de leite. Hoje, a instituição atende a 3,3 mil pessoas, divididas em dois restaurantes populares, 36 instituições e 174 famílias.
Assim como ocorreu em Juazeiro, o programa nacional também passou por melhorias ao longo dessa quase uma década de funcionamento. A coordenadora-geral de Apoio aos Sistemas Públicos Agroalimentares Locais do MDS, Isis Ferreira, diz que, no início, os recursos repassados giravam em torno de R$ 60 a 80 mil para os municípios comprarem equipamentos e começarem as atividades.
Hoje, há bancos financiados com R$ 500 mil e outros com R$ 1,5 milhão, que são os das Ceasas, já que o apoio do MDS é mais completo, pois envolve também a estrutura física e veículos. “Ao longo desses nove anos, os bancos extrapolaram a função de combate ao desperdício, tendo desempenhado papel significativo na estruturação dos sistemas locais de segurança alimentar”, assinala Isis. Ela lembra que a educação alimentar e nutricional é uma das atividades desenvolvidas pelos bancos.
Ascom/MDS