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Pnad comprova que país cresce com inclusão social, diz Tereza Campello

A queda da desigualdade e o maior crescimento da renda entre os mais pobres foram os principais resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, avalia a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Para ela, os dados divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam que o Brasil está no caminho certo ao optar por um modelo de desenvolvimento que concilia crescimento e inclusão social.

A renda dos 10% mais pobres da população aumentou 29,2%. De modo geral, houve redução no crescimento do rendimento conforme seu valor aumentava. Com isso, o Índice de Gini para os rendimentos de trabalho recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011 (quanto mais próximo de zero, menor é a concentração de renda). “A desigualdade de renda entre ricos e pobres tem diminuído de forma sistemática na última década e, com ela, as desigualdades regionais”, aponta a ministra.

O rendimento do trabalho aumentou especialmente no Nordeste (10,7%), região que concentra o maior número de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda. “A Pnad ajuda a comprovar que a população pobre trabalha e quer melhores oportunidades. O efeito ‘preguiça’ atribuído ao Bolsa Família é mito”, reforça Tereza Campello.

Trabalho infantil – O trabalho infantil diminuiu em todas as faixas etárias (5 a 17 anos), em todas as regiões e em números absolutos, destaca a ministra. A queda mais expressiva foi entre crianças de 5 a 9 anos, da ordem de quase 30%. Nos últimos dois anos, quase 600 mil crianças e jovens deixaram de trabalhar.

Ela também destacou a queda na taxa de analfabetismo, de 11,3% (de 9,7% em 2009 para 8,6% em 2011). Um milhão e 200 mil brasileiros se alfabetizaram nos últimos dois anos. “O aumento da escolaridade é fundamental para superarmos a miséria. Quase 26% dos extremamente pobres são analfabetos.”

A Pnad mostra que 98,2% das crianças entre 6 e 14 anos estão na escola. Para a ministra, o Bolsa Família, ao exigir a frequência escolar, contribui para elevar a taxa de escolarização. “Hoje, acompanhamos a frequência escolar de quase 16 milhões de crianças e jovens em todo o Brasil.”

Mais avanços – A ministra lembra que os resultados da Pnad são do ano passado. “Hoje, podemos afirmar com certeza que os dados de 2012 já são melhores.” Somente com o Brasil Carinhoso foi possível reduzir em 40% a extrema pobreza no país. Entre as crianças de até 6 anos, o impacto foi ainda maior: 62% saíram da miséria. “O Brasil mostra ao mundo que é possível crescer e incluir ao mesmo tempo e que a inclusão dos mais pobres contribui para o crescimento do país.”

Números da pesquisa
Aumento da renda 
O rendimento mensal das famílias brasileiras tem crescido de forma continuada desde 2004
No mesmo período, o rendimento domiciliar mensal aumentou 23,3% e chegou, em 2011, a média de R$ 2.419
O maior aumento de renda mensal média ocorreu entre os 10% mais pobres da população
Redução da desigualdade
Para o rendimento de trabalho, o Índice de Gini caiu de 0,547 em 2004 para 0,501 em 2011
Em relação ao rendimento domiciliar, a redução foi de 0,535 em 2004 para 0,501 em 2011
Obs: O coeficiente de Gini é a medida do grau de concentração de rendimento, cujo valor varia de zero (perfeita igualdade) até 1 (desigualdade máxima)
Queda do desemprego
Em 2011, 6,62 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais estavam sem emprego, contra 8,21 milhões em 2009: queda de 19,3% na taxa de desocupação
O contingente de trabalhadores empregados em 2011 chegou a 56,7 milhões
Aumento de 11,8% na quantidade de pessoas empregadas com carteira assinada no Brasil: de 30,3 milhões em 2009 para 33,9 milhões em 2011
Aumento de 3,7% entre trabalhadores autônomos – empregadores, empreendedores individuais e outros
Queda do trabalho infantil
Entre 2009 e 2011, o número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil diminuiu em 597 mil pessoas
A maior redução, de 29,6%, foi entre crianças de 5 a 9 anos de idade. Elas somavam 126 mil em 2009 e, na Pnad de 2011, são 89 mil
Na faixa dos 10 a 13 anos, a redução foi de 22,5% – de 793 mil em 2009 para 615 mil em 2011
Na faixa dos 14 a 17 anos, a redução foi de 11,4%. Em 2009, havia 3,35 milhões de jovens nessa faixa etária trabalhando. Em 2011, o contingente caiu para 2,97 milhões
Queda do analfabetismo 
O Brasil registra queda contínua no número de pessoas analfabetas desde 2004, e mais acelerada entre 2009 e 2011, segundo a Pnad
Hoje, 13 milhões de brasileiros – 8,6% da população – são analfabetos. Em 2009, o percentual era de 9,6%.
Em comparação a 2004, a queda na proporção de analfabetos foi de 11,4% para 8,6% – redução de 2,8 pontos percentuais

Ascom/MDS