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Integrantes do Projovem Adolescente atuam em projeto de inclusão digital para idosos

 

Experiência intergeracional foi implantada em Salto, em São Paulo, onde as atividades, desenvolvidas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), envolvem assistentes sociais, psicólogo e psicopedagoga. Projeto reune adultos, com mais de 60 anos, integrantes de grupo de convivência, e a turma do Projovem Adolescente, com idades entre 15 e 17 anos.

Izabel Fernandes da Rocha encontrou um jeito de amenizar a saudade que sente da filha única, que foi estudar e trabalhar na Irlanda. Aos 72 anos, a moradora de Salto, no interior de São Paulo, descobriu a internet e levou o marido junto. O que antes parecia um bicho de sete cabeças aos poucos se tornou prazer. “Agora posso falar com minha filha com mais frequência porque vou instalar a internet na minha casa”, conta, animada.

Izabel não está aprendendo sozinha a navegar na rede. Ela conta com uma colaboração valiosa: são os rapazes e moças do Projovem Adolescente – programa coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Vinte deles se integraram a um projeto de inclusão social de pessoas da terceira idade, implantado há cerca de um mês pela Secretaria de Ação Social e Cidadania do município.

Participando do Projovem Adolescente há um ano, Lilian Roberta Alves Siaschi, de 16 anos, integrou-se ao projeto de inclusão. “Gosto desse trabalho porque aprendemos várias coisas com as pessoas mais velhas, até mesmo no computador. Vamos caminhando juntos”, diz a jovem, que pretende ser médica.

Criado pela equipe técnica do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Salto e envolvendo assistentes sociais, psicólogo e psicopedagoga, o projeto vai além, por reunir gerações diferentes, mas com muito a trocar: os adultos, com mais de 60 anos, integrantes de um grupo de convivência, e a turma do Projovem Adolescente, com idades entre 15 e 17 anos.

“O projeto intergeracional foi criado para fortalecer o respeito, a solidariedade, os vínculos familiares e comunitários, além de possibilitar que o pessoal da terceira idade se aproprie do espaço público”, explica Maria Inês Teixeira Yamamoto, assistente social que trabalha no Cras.

Inês esclarece que o projeto não tem caráter profissionalizante, mas apenas de iniciação digital, visando facilitar o cotidiano dos idosos. “Apesar de novo, já vemos o que podemos melhorar no projeto para as próximas turmas. É uma troca. Os jovens propiciam a inclusão digital dos idosos e esses relatam suas experiências de vida”, explica a assistente social.

Experiência – Todas as segundas-feiras, durante uma hora, no telecentro montado no Cras do bairro Jardim Saltense, um grupo de 20 idosos e 20 jovens tem compromisso marcado. E raramente faltam.

Quem conta como tudo começou é Alessandra Madureira Onora, orientadora social do Projovem Adolescente. “Os jovens primeiro participaram de uma oficina com uma gerontóloga e tiveram aulas de qualidade de vida e saúde, entre outras, no próprio Cras.”

A orientadora relata que, desde o processo de integração, notou-se a boa convivência entre as duas faixas etárias que, a princípio, pareciam distantes uma da outra.

“É uma atividade bastante livre. O idoso vem para o telecentro mexer no computador com o que lhe interessa e os jovens dão suporte. Isso possibilita que jovens e idosos exercitem a paciência e o fato de não faltarem demonstra que tudo está indo bem”, destaca Alessandra.

O Projeto Intergeracional funciona no Cras, em um telecentro aberto ao público. Quem gerencia o espaço são as secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Ação Social e Cidadania. Cada turma frequenta dois meses de aulas.

Aos 58 anos, Jair Cardoso nunca tinha mexido em um computador. Casado e pai de três filhos, Jair usa a internet para ler as notícias. “Acho muito legal essa parceria. Os jovens são atenciosos e têm paciência. Estamos todos contentes. Achava que era difícil, mas dá para aprender muita coisa”, empolga-se.

Míriam de Jesus Estevão, de 16 anos, há um ano no Projovem Adolescente, gosta do elogio. Afinal, ela é a instrutora de Jair. “Procuro passar o que eles querem aprender. Adoro fazer esse trabalho. Sinto-me muito bem”, declara a moça, que já tem seu computador em casa.

O objetivo do projeto de inclusão digital é que, nos próximos meses, os idosos adquiram autonomia para se apropriar sozinhos dos recursos do telecentro e usar o local como espaço de encontro. “Queremos, também, que os jovens estabeleçam com os idosos uma relação de afetividade e respeito mútuo”, reforça Inês.

Fonte: ASCOM /MDS

 

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