Uma em cada 700 mil crianças que nascem no mundo pode apresentar a fissura labiopalatal. No Brasil, a proporção é de uma para cada 650 nascimentos, segundo informações do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho), da Universidade de São Paulo (USP). Ao todo, 28 hospitais no País fazem o atendimento especializado para o tratamento das fissuras.
As fissuras labiopalatais estão entre as anomalias congênitas mais comuns em bebês recém-nascidos e são as mais frequentes das chamadas anomalias craniofaciais, que se referem a qualquer defeito ou lesão estrutural anatômica que acomete a face ou crânio e que ocorrem durante a formação do bebê na gestação.
O problema ocorre no início da gravidez, no período embrionário do feto, logo nas primeiras semanas. Podem aparecer no lábio ou se prolongar até a gengiva e se forma até a 8ª semana de gestação.
Já a fissura de palato (goela de lobo) é formada até a 12ª semana. As fissuras isoladas de lábio são mais comuns em meninos, enquanto que a de palato isolada são mais frequentes em meninas.
Uma combinação de fatores genéticos, relacionados à hereditariedade familiar, e fatores ambientais podem contribuir para a formação das fissuras labiopalatais.
Diagnóstico
No geral, é durante a gestação, por meio de exame de ultrassom no pré-natal por volta de 18 semanas de gravidez (entre o 4º e 5º mês de gestação), que a fenda poderá ser visualizada e diagnóstico apresentado à família. Em alguns casos, também poderá ser facilmente diagnosticada no nascimento por meio do exame clínico do recém-nascido.
Logo após o diagnóstico, a família é encaminhada a um Centro Especializado para acompanhamento. O quadro clínico das fissuras labiopalatais é bem variado, desde uma forma leve como um entalhe no vermelhão do lábio até tipos de fendas bem complexas como as que acometem o lábio e o palato, com o comprometimento da estética, dentição, audição e fala.
Em um Centro Especializado, a família poderá receber as primeiras orientações sobre os cuidados com o bebê, principalmente relacionados à alimentação e prevenção de infecções de vias respiratórias e orelhas, além de saber sobre as etapas terapêuticas, bem como tirar dúvidas com relação a presença de outras anomalias associadas, risco de morte, idade da cirurgia, falha de dentição, dificuldade de fala e perda auditiva.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde