A Tunísia tem muito que aprender com os serviços desenvolvidos pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) no Brasil, segundo a diretora do Ministério de Assuntos Sociais do governo tunisiano, Najet Dkhil Galai. “O trabalho é bem organizado. Os brasileiros estão de parabéns”, disse ela, ao visitar o Cras de Sobradinho, cidade a 20 quilômetros de Brasília.
A exemplo de Najet, representantes da Palestina, África do Sul, do Egito, da Índia e do Quênia participaram da visita. “Não é um trabalho apenas pontual, mas sustentável, visando dar uma vida com mais dignidade às pessoas”, acrescentou a chefe do Ministério da Educação da Palestina, Reema Khader.
De acordo com o integrante da Assessoria Internacional do MDS Luis Carvalhal, o Brasil tem recebido muitos pedidos de países – principalmente da África e América Latina – interessados em conhecer experiências na área de desenvolvimento social. Entre elas, o Serviço Único de Assistência Social (Suas) e o Bolsa Família.
Como forma de atender os pedidos, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceira com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), promoveu o Seminário Internacional Políticas Sociais para o Desenvolvimento. O evento ocorreu na semana passada, na sede da Enap, em Brasília.
Cras – Durante a visita a Sobradinho, na quinta-feira (19), o grupo ficou sabendo como funciona um Cras e viu o trabalho desenvolvido pela equipe de profissionais. Além disso, os técnicos estrangeiros ouviram depoimentos de beneficiários do Bolsa Família que recebem acompanhamento socioassistencial.
O Cras é o lugar de acolhimento para a população em situação de vulnerabilidade social. O Brasil tem 7.936 unidades, das quais 27 estão no Distrito Federal.
A visita terminou com um almoço no Restaurante Popular de Sobradinho, que oferece refeição à população por R$ 1. Cerca de 5 mil pessoas frequentam o local por semana.
Na sexta-feira (20), o grupo visitou a Cooperativa Agropecuária de São Sebastião para conhecer o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).
“Tudo de bom” – Beneficiários dos programas sociais do governo avaliaram o trabalho do Cras para os técnicos estrangeiros. “O Cras é tudo de bom”, elogiou Edileusa da Costa e Silva, que recebe Bolsa Família.
Com dois filhos, Edileusa disse que “é pai e mãe”. Contou que sustenta os filhos com o Bolsa Família e com o que consegue ganhar trabalhando como cabeleireira. Ela começou a frequentar os grupos de apoio no Cras de Sobradinho depois da morte de uma filha. Com problemas de saúde, prepara-se para fazer três cirurgias.
A cabeleireira considera fundamental o apoio dos profissionais do Cras para melhorar o bem-estar e o convívio familiar. Na unidade, ela tem aula de bordado e já fez cursos de capacitação profissional de cabeleireiro e depilação. Além disso, recebe acompanhamento psicológico de uma equipe da Universidade de Brasília (UnB).
Grávida do sétimo filho e com o marido desempregado, Maria de Lurdes Alves Moreira também participou do encontro com os técnicos estrangeiros. Auxiliar de cozinha, ela mora em um assentamento e é beneficiária do Bolsa Família. Para Maria, o programa é importante porque ajuda na alimentação dos filhos, entre 6 anos e 17 anos. No Cras, participa do grupo de gestantes.
Fonte: Ascom / MDS