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SÃO PAULO – Secretaria de Desenvolvimento Social discute população de rua na Série Dialogando

A Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS), por meio da Coordenadoria de Ação Social (CAS), promoveu mais uma ação da Série Dialogando. Com o tema “SUAS e POP RUA – Desafios metodológicos, éticos e políticos da atuação profissional no atendimento à população em situação de rua: do reconhecimento e visibilidade à garantia de direitos sociais”, o evento contou com a presença de profissionais do Sistema Único de Assistência Social de cidades paulistas.  

Representando a secretária Andrezza Rosalém, Tatiane Sousa Magalhães, titular da Coordenadoria de Ação Social, abriu o evento. Em seu discurso, ela frisou a importância da Série Dialogando e agradeceu aos que participaram da organização. Em seguida, foi aberta a mesa do seminário, mediada pela diretora da Proteção Social Básica da CAS/SEDS, Fernanda Varandas. 

Primeiro palestrante, o diretor de Gestão do SUAS na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Rodrigo Lachi, apresentou o perfil da população em situação de rua no Estado de São Paulo. De acordo com os dados do CadÚnico, a maioria está na idade adulta, 83% pertencem ao sexo masculino, 64% se declaram pretos ou pardos e 15% possuem alguma deficiência. Quando perguntados sobre os motivos de estarem nas ruas, eles colocam entre as primeiras razões  os problemas familiares e o desemprego. “É importante conhecer quem é essa população em situação de rua para definir estratégias de ação do poder público”, salienta Rodrigo Lachi. 

Luciano Freitas Oliveira foi o segundo a participar. Coordenador-Geral da Proteção Social Especial de Média Complexidade do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, ele fez uma breve análise da evolução de como as políticas públicas tratavam a população de rua do começo do século passado até os dias atuais. Frisou ainda que, apesar dos avanços, alguns métodos antigos ainda se perpetuam. “Constituiram-se no contexto brasileiro dois paradigmas que tencionam o trabalho de abordagem a pessoas em situação de rua. O paradigma repressivo benemerente, que se constituiu ao longo da história, e o paradigma dos direitos”, analisa.

Já Thauan Pastrello, diretor de Proteção Social Especial da Secretaria de Desenvolvimento Social, chamou atenção para o risco de se enxergar as pessoas em situação de rua pela sua condição e não por suas especificidades individuais. Tema também abordado por Edvaldo Gonçalves de Souza, coordenador do Movimento Nacional de Luta em Defesa da População em Situação de Rua. Com a experiência de quem viveu 30 anos nas ruas e se tornou um ativista da causa, Edvaldo diz que a pandemia do Covid deu visibilidade aos moradores de rua. “A gente era invisível, a gente não aparecia. Passavam pela gente e não viam. Só começaram a notar a gente quando veio a pandemia, pois teve o lockdown e o ‘fica em casa’. E onde é a casa de quem mora na rua? É na rua. Aí, começaram a ver as pessoas em situação de rua”, complementa.

Fonte: https://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/