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População mais pobre enfrenta a seca com cisternas e políticas sociais do governo federal

Em São Caetano, no agreste de Pernambuco, durante a assinatura de parcerias para construção de 41 mil novos tanques de captação de água, representante da AP1MC afirma que os moradores do Semiárido atravessam com esperança o momento difícil

São Caetano (PE) – “Mesmo com a seca violenta que estamos passando, a celebração desses convênios é especial para o Semiárido. Não deixamos de ter esperança porque estamos atravessando este período de forma diferente: hoje temos milhares de cisternas e milhões de famílias recebem o Bolsa Família.” Foi assim, de forma emocionada, que o presidente da Associação Programa 1 Milhão de Cisternas (AP1MC), Naidson Quintela, saudou a assinatura de convênios entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Articulação do Semiárido (ASA), vencedora de dois editais para a construção de 41.030 cisternas.

O evento, na tarde desta quarta-feira (6), ocorreu em São Caetano, no agreste pernambucano, com a presença da ministra Tereza Campello, de parceiros e de agricultores familiares que serão beneficiados pelas tecnologias sociais a serem implantadas.

Para Naidson Quintela, a diferença se faz sentir, apesar da violenta seca vivida pela região este ano, porque o Bolsa Família garante a alimentação das famílias nesse momento difícil. “Não estamos vendo fila de pedinte, a água garante que todos possam ter melhores condições de saúde e alimentação. As cisternas e as políticas do governo estão ajudando a enfrentar melhor a seca.”

Segundo Quintela, a assinatura dos convênios simboliza a renovação da parceria com o MDS pela água. “Isso é uma conquista do Semiárido.” A importância do ato também foi assinalada pela ministra Tereza Campello. Segundo ela, a falta de água é, se não a maior, uma das mais trágicas faces da miséria. “A água é direito dos nordestinos. A população pobre não quer favor, ela sabe que tem direitos e quer oportunidades para uma vida melhor”.

A ministra enumerou outras ações do Plano Brasil Sem Miséria destinadas ao Semiárido: assistência técnica e extensão rural, distribuição de sementes, recursos de fomento, água e energia, “para que essas famílias possam aumentar a produção, entrar na rota de inclusão produtiva e sair da miséria”.

A construção de cisternas na região integra o programa federal Água para Todos, cuja meta é atender 750 mil famílias até o final de 2013. Para Tereza Campello, esse conjunto de ações vai ajudar as famílias mais pobres a atravessar a seca.

A ministra lembrou que, a partir de julho, as famílias que têm filhos de até 6 anos vão sair da extrema pobreza a partir das ações do Brasil Carinhoso, que complementará a renda dos beneficiários do Bolsa Família.

A agricultora familiar Ivanilda Torres, visitada pela comitiva da ministra Tereza Campello, agradeceu ao MDS por ter agora duas cisternas, uma de água para consumo e outra para produção. “Elas são uma bênção! Melhoraram a minha vida, da minha família e a do sertanejo em geral.” Ivanilda planta mandioca e frutas e cria, em um único hectare de terra, duas vaquinhas que dão leite para a subsistência da família. “Graças às cisternas, hoje me sinto agricultora.”

Prioridade – O acesso à água para consumo e produção é uma das ações prioritárias do Plano Brasil Sem Miséria no meio rural. A meta é atender 750 mil famílias rurais com cisternas para consumo até o fim de 2013, e ampliar para 600 mil famílias o acesso a água para produção e criação de animais, por meio de cisternas, sistemas simplificados, sistemas de irrigação para pequenas propriedades e recuperação de poços artesianos. Em um ano, o Brasil Sem Miséria já entregou 111 mil cisternas na região do Semiárido, contra média anual de 47 mil entre 2003 e 2010.

Um dos termos de parceria assinados em São Caetano prevê a construção de 33,4 mil cisternas de placa, com capacidade para 16 mil litros de água para consumo, num investimento de R$ 68,7 milhões. O segundo termo levará a 7,63 mil famílias tecnologias de acesso à água para produção de alimentos e criação de animais e custará R$ 69,6 milhões.

No total, 232 mil pessoas em 230 municípios serão atendidas, nos nove estados que integram o Semiárido Legal, do norte de Minas Gerais ao Piauí. O prazo de execução das parcerias é de sete meses.

Ascom/MDS
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