O governo federal vai premiar iniciativas municipais bem-sucedidas de superação da extrema pobreza no meio rural em todo o país. A portaria que institui o Prêmio Brasil Sem Miséria de Boas Práticas foi assinada nesta quarta-feira (21) pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, durante a cerimônia de abertura da VIII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Fenafra) – Brasil Rural Contemporâneo, que prossegue até sexta-feira (25), no Rio de Janeiro. Nas próximas semanas, outra portaria determinará os critérios, recursos e a comissão julgadora do prêmio.
A inclusão produtiva no meio rural compõe um dos eixos do Brasil Sem Miséria e reúne diversas ações e programas voltados às famílias extremamente pobres que vivem no campo. O apoio à agricultura familiar tem avançado por meio de parcerias com o setor empresarial e de ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). O Prêmio Brasil Sem Miséria de Boas Práticas visa reconhecer, valorizar e dar visibilidade às iniciativas do setor privado que beneficiam famílias rurais que dependem da sua produção para sobreviver.
Tereza Campello destacou que o país tem hoje o desafio de levar às famílias extremamente pobres do meio rural oportunidades de superação da miséria e de desenvolvimento econômico, por meio do apoio governamental à agricultura familiar. “O Brasil rural contemporâneo tem cumprido um papel fundamental de tirar a ideia de que o rural é atrasado e trazer para a visibilidade dos grandes centros urbanos um Brasil rural rico, diverso, moderno, dinâmico, criativo e competitivo.”
Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, um terço do valor bruto movimentado anualmente pela agropecuária no Brasil é fruto dos empreendimentos da agricultura familiar. “Ela emprega 74% da mão de obra do campo no país, o que corresponde a mais de 12 milhões de pessoas vivendo da produção agrícola em pequenas propriedades”, destacou o ministro. “Essa produção alimenta a maioria da população brasileira e é muito importante para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.”
Mulheres – Tereza Campello também destacou o desenvolvimento alcançado nos últimos anos nesse segmento, graças ao apoio do governo federal às famílias de pequenos agricultores. “Na agricultura familiar está representada ainda a força da organização produtiva das mulheres e a possibilidade do desenvolvimento econômico com sustentabilidade.” Segundo o MDA, 53% dos empreendimentos econômicos participantes da Fenafra são chefiados por mulheres.
A agricultora e administradora Maria José Ferreira Lima Alves, de Tocantins, que representou as famílias de agricultores na cerimônia de abertura do evento, confirma que as feiras livres e os eventos apoiados por prefeituras e governos representam o maior volume de vendas das associações, cooperativas e empreendimentos do campo. Na Fenafra, cerca de 650 empreendimentos expõem seus produtos e buscam, além das vendas de varejo, boas oportunidades de negócios.
Empresários e representantes de instituições econômicas também apostam no evento para conhecer a diversidade dos produtos do meio rural brasileiro e explorar possibilidades de negócios e novos nichos de mercados, com produtos de boa qualidade e feitos com matérias-primas diferenciadas.
Até sexta-feira, o MDS promoverá visitas guiadas desses empresários aos estands de empreendimentos ligados ao Plano Brasil Sem Miséria. O objetivo é facilitar o contato das grandes redes de supermercados e outros setores empresariais com os produtos da agricultura familiar e ajudar a promover parcerias que levem o desenvolvimento econômico a comunidades extremamente pobres do meio rural.
Na cerimônia de abertura da Fenafra, também foi lançada a campanha Brasil Orgânico e Sustentável, que tem o apoio do MDS. A proposta é aproveitar os megaeventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Brasil, para promover a inserção de produtos orgânicos e sustentáveis nos setores de gastronomia e turismo, de modo consistente e a longo prazo. Os produtos cadastrados na campanha receberão o selo Brasil Orgânico e Sustentável, e os estabelecimentos comerciais que se comprometerem a oferecer esses produtos receberão autorização para utilizar uma marca, que os identificará como parceiros da campanha.
Ascom/MDS