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Crise faz classe média frequentar restaurantes Bom Prato

Pela primeira vez, uma pesquisa de amostragem realizada por técnicos do Programa Bom Prato do Governo do Estado de São Paulo identificou uma mudança no perfil do público frequentador. A pesquisa divulgada em 2016, ouviu cerca de 2 mil pessoas nos períodos de março de 2014 e março de 2015. A comparação dos períodos mostrou que a classe média passou a frequentar o Bom Prato. O levantamento mostra que houve um aumento de 6,8% do público que possui renda entre 1 e 3 salários mínimos (39,9% em 2014 e 45,8% em 2015). Cerca de 93% dos entrevistados apontaram o preço como o principal motivo da frequência.

 

A pesquisa também mostrou um crescimento na faixa etária entre 17 a 24 anos (de 5% para 10%) e entre pessoas com mais de 60 anos (de 38,5 para 43,7%). Outra mudança significativa se mostrou no número de pessoas com casa própria. Em 2014 eram 64% com elevação para 73% em 2015. Um aumento de cerca de 9%. A pesquisa amostral também registrou aumento na frequência pelo público – de 74% para 86% que procuravam o restaurante de três a cinco vezes por semana. Os que frequentavam de uma a duas vezes diminuiu de 14,4% para 10,8%.

 

Em 2014 os aposentados representavam 38,8% e em 2015 a frequência deste público passou para 44,2%. Um aumento de 5,4%. Também passou de 28% para 32% o número de usuários que utilizam o Bom Prato por ser próximo ao local de trabalho. O novo público é composto por funcionários do comércio e prestadores de serviços nas regiões das unidades. Autônomos e com carteira assinada também passaram de 18,5% para 24% respectivamente. O público com ensino fundamental passou de 60% para 63% em 2015.

 

Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, a mudança de perfil é reflexo da crise econômica e social que atingiu o país. “Em 2000 quando o Estado criou o programa Bom Prato, o objetivo era oferecer à população de baixa renda, refeições saudáveis a custo acessível. Hoje é totalmente heterogêneo com estudantes, aposentados desempregados, mas também trabalhadores que já não estão conseguindo arcar com o custo de vida cada vez mais alto. O aumento do público com renda e emprego foi uma grande surpresa na pesquisa desse ano e é reflexo da crise”, explica.

 

Há 15 anos, o programa do Governo do Estado de São Paulo, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, oferece almoço completo com suco e sobremesa ao custo de R$ 1,00 para o usuário. Além disso, oferece cafés da manhã a R$ 0,50. Diariamente, são servidas mais de 84 mil refeições no Estado. O programa foi avaliado como ótimo ou bom por 94% dos entrevistados, um aumento de 2,2% em relação a última pesquisa.

 

Preço da refeição em São Paulo

Pesquisa de Preço Médio da Refeição realizada pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (ASSERT) e o Instituto Datafolha divulgada em abril de 2016 mostrou que o preço médio do prato comercial (normalmente consiste em arroz, feijão, algum tipo de proteína e salada – padrão parecido com o oferecido no Bom Prato) ficou em média R$ 30 em São Paulo e na região Sudeste do país.

Já a cesta básica também registrou aumento segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). De acordo com nota divulgada no mês de junho, São Paulo foi a capital que registrou o maior custo para a cesta básica (R$ 449,70).

Fonte: Assessoria de Comunicação da Seds