A ação Brasil Carinhoso, que integra o Plano Brasil Sem Miséria, já retirou mais de 2 milhões de famílias da situação de extrema pobreza. Esse resultado, alcançado nos primeiros dois meses após o lançamento da ação, foi possível graças ao pagamento da complementação do Bolsa Família, garantida a famílias beneficiárias do programa com filhos até 6 anos e que continuavam com renda per capita inferior a R$ 70 mensais. Com isso, o Brasil Carinhoso chegou a mais da metade do público do Brasil Sem Miséria. Em julho, o benefício complementar do Brasil Carinhoso representou investimento de R$ 169,8 milhões.
O Nordeste foi a região com maior número absoluto de beneficiados pela ação, com a retirada de 52% dos nordestinos que estavam nessa situação em junho de 2011, quando o Plano Brasil Sem Miséria foi lançado. Proporcionalmente, no entanto, a Região Sul foi a que mais diminuiu os índices de extrema pobreza: 59,9% de quem tinha renda inferior a R$ 70 mensais, nos três estados do Sul, foram alcançados pela ação Brasil Carinhoso.
Lançado em maio, o Brasil Carinhoso reúne iniciativas voltadas à primeira infância na área social. Além da complementação do Bolsa Família, a ação contempla a educação, com o aumento da oferta de vagas em creches públicas ou conveniadas, e a saúde, oferecendo suplementação de vitamina A, ferro e medicação gratuita contra asma. O valor do benefício complementar depende da renda declarada no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e do número de membros de cada família. O cálculo do Brasil Carinhoso garante que todos os integrantes da família tenham renda acima de R$ 70 mensais.
O resultado dos dois primeiros meses do Brasil Carinhoso foi considerado recorde pelo secretário nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Luís Henrique Paiva. “Tivemos um impacto brutal de redução da extrema pobreza, num tempo muito curto”, avalia. “Essa foi uma opção de governo. Se havia uma chance de tentar erradicar a extrema pobreza no curtíssimo prazo, por meio de transferência de renda, a prioridade deveria ser dada a essas famílias e foi dada.”
Segundo o secretário, não há nenhuma faixa etária em que a extrema pobreza tenha efeitos tão duradouros quanto a primeira infância, que é uma fase de desenvolvimento físico, psíquico e emocional. “Se a criança está num universo de extrema pobreza, ela não tem acesso à alimentação adequada e aos estímulos necessários para se desenvolver.”
Números regionais – Na Bahia, o investimento foi de R$ 23,5 milhões para pagar o benefício complementar a 291,3 mil famílias. No Maranhão, o pagamento do Brasil Carinhoso chegou a 198,6 mil famílias, com investimento de R$ 16,5 milhões.
No Sudeste, 105,6 mil famílias com crianças até 6 anos receberam a complementação do Bolsa Família por meio do Brasil Carinhoso no estado. O investimento chegou a R$ 8,9 milhões.
Em Minas Gerais, o investimento do Brasil Carinhoso foi de R$ 11,2 milhões para complementar a renda de 127,9 mil famílias. Em São Paulo, 126,6 mil famílias foram atendidas pelo Brasil Carinhoso, com investimento de R$ 11 milhões. No Espírito Santo, o Brasil Carinhoso chegou a 17,6 mil famílias, com investimento de R$ 1,39 milhão.
Na Região Centro-Oeste, em julho, 73,7 mil famílias receberam a complementação do Bolsa Família, Goiás é o estado do Centro-Oeste que tem maior número de beneficiados pela ação: 30,6 mil famílias,
No Norte do país, 276,7 mil famílias saíram da extrema pobreza até julho deste ano, por meio do Brasil Carinhoso. Na região, o Pará foi o estado com maior quantidade de famílias que deixaram a extrema pobreza: 137,1 mil. Em seguida, vem o Amazonas, com investimento de R$ 6,4 milhões, que retirou da miséria 69,6 mil famílias com crianças até 6 anos no estado.
O secretário Luís Henrique Paiva lembra que a pobreza no Brasil, em termos quantitativos, se concentra no Nordeste. Proporcionalmente, há forte concentração também na Região Norte. “Nas duas regiões, a pobreza tem caído mais do que em todas as outras, mas ainda existe essa concentração”, assinala.
UF
|
Famílias beneficiadas
|
Pessoas beneficiadas
|
Valor
|
AC
|
16.449
|
89.618
|
R$ 2.059.574,00
|
AL
|
68.060
|
299.116
|
R$ 5.510.120,00
|
AM
|
69.683
|
350.834
|
R$ 6.474.734,00
|
AP
|
9.208
|
44.652
|
R$ 868.904,00
|
BA
|
291.339
|
1.232.343
|
R$ 23.585.448,00
|
CE
|
179.703
|
781.248
|
R$ 14.913.794,00
|
DF
|
5.543
|
23.329
|
R$ 497.060,00
|
ES
|
17.604
|
73.089
|
R$ 1.394.932,00
|
GO
|
30.626
|
125.558
|
R$ 2.512.768,00
|
MA
|
198.682
|
877.133
|
R$ 16.539.272,00
|
MG
|
127.972
|
546.148
|
R$ 11.227.770,00
|
MS
|
17.932
|
77.372
|
R$ 1.699.978,00
|
MT
|
19.646
|
82.789
|
R$ 1.705.246,00
|
PA
|
137.156
|
655.160
|
R$ 11.702.530,00
|
PB
|
89.256
|
369.101
|
R$ 7.623.464,00
|
PE
|
164.963
|
704.132
|
R$ 12.998.906,00
|
PI
|
96.034
|
393.781
|
R$ 7.922.988,00
|
PR
|
37.171
|
154.322
|
R$ 3.199.030,00
|
RJ
|
105.658
|
425.825
|
R$ 8.937.830,00
|
RN
|
53.344
|
223.967
|
R$ 4.494.232,00
|
RO
|
13.404
|
56.369
|
R$ 1.046.140,00
|
RR
|
8.796
|
43.630
|
R$ 781.906,00
|
RS
|
52.546
|
213.684
|
R$ 4.460.004,00
|
SC
|
14.350
|
61.318
|
R$ 1.403.220,00
|
SE
|
38.461
|
166.977
|
R$ 3.061.102,00
|
SP
|
126.625
|
508.868
|
R$ 11.074.558,00
|
TO
|
22.069
|
96.797
|
R$ 2.125.098,00
|
BRASIL
|
2.012.280
|
8.677.160
|
R$ 169.820.608,00
|