Apesar dos dois meses de salário atrasado por causa da crise financeira do estado, o Programa Rio Sem Homofobia planeja anunciar ainda neste ano a inauguração de um novo centro de cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) fora da capital. Vinculado à Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas Públicas para Mulheres e Idosos do Rio do Janeiro, o programa conversa com prefeituras para viabilizar a iniciativa, segundo o coordenador Fabiano Abreu.
“A gente espera ampliar, por meio de parcerias com as prefeituras, para outros centros. No período de dez anos, foi uma grande conquista ter quatro centros, mas eles não comportam atender toda a população do estado. É preciso avançar para que as pessoas possam ter atendimento na sua própria cidade, fora da capital,” disse.
O Rio Sem Homofobia havia programado para hoje (28) uma panfletagem com distribuição de preservativos na Central do Brasil, mas a ação foi adiada para semana que vem. Nesta quarta-feira é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBT, em homenagem a um protesto feito por LGBTs de Nova York há 48 anos e que se tornou símbolo da luta por respeito à diversidade.
O programa conta hoje com quatro centros: Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Duque de Caxias e Niterói. Além do atendimento presencial, é possível recorrer ao programa pelo Disque Cidadania LGBT (0800 023 4567), que já foi 24 horas, mas hoje funciona das 8h às 20h por causa dos problemas com pagamento de salário.
Os profissionais que trabalham no Rio Sem Homofobia estão com dois meses de remuneração atrasada, e mais uma folha de pagamento está prestes a vencer. A previsão da secretaria é que os pagamentos de abril e maio ocorram nas próximas semanas. O salário de junho também deve atrasar, mas a projeção é que os vencimentos possam ser regularizados no segundo semestre.
“A prioridade nesse momento é que o estado do Rio de Janeiro possa se restabelecer na questão financeira, para que os nossos funcionários possam ter os salários em dia e com isso conseguir fazer um bom atendimento à população,”acrescentou Fabiano Abreu.
Os pagamentos de janeiro, fevereiro e março já haviam sido quitados com atraso: os funcionários receberam apenas em 18 de maio, um dia após do Dia Internacional contra a LGBTfobia (discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). Segundo o secretário Átila A. Nunes, o pagamento foi possível após a renovação do contrato do Rio Sem Homofobia com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que presta serviços ao programa por meio de um convênio.
Orgulho LGBT
Desde segunda-feira (26), o Rio Sem Homofobia tem usado sua página no Facebook para divulgar depoimentos em vídeo de pessoas que contam suas histórias e declaram orgulho de ser LGBT. Segundo Nunes, a secretaria quer romper o preconceito que persiste em uma parcela da sociedade.
“Em casos mais radicais, o preconceito acaba chegando até a crimes de ódio. É um problema muito sério, principalmente se estender até serviços públicos,” disse ele, que defendeu os programas de capacitação que o Rio Sem Homofobia feita em áreas como segurança, saúde e assistência social no estado e em municípios do Rio.
da Agência Brasil