A grande homenageada desta edição foi a farmacêutica e ativista do direito das mulheres Maria da Penha, que, vítima de agressão, hoje dá nome a uma das leis mais importantes do país sobre o combate à violência doméstica e familiar contra as mulheres no Brasil. Por questões pessoais, ela não pôde comparecer, mas enviou um vídeo agradecendo.
Érica Paes, idealizadora do Programa Empoderadas, apresentou a cerimônia de premiação ao lado da atriz e cantora Aline Wirley.
“O Prêmio Empoderadas é um momento em que a gente vem agraciar as pessoas que caminham ao nosso lado, fortalecendo essas mulheres que estão ali tão necessitadas de uma resposta da polícia, da justiça, da OAB, enfim, de tudo que integra a rede de acolhimento e proteção à mulheres vítimas de qualquer forma de violência. É uma legião de pessoas, de profissionais que têm comprometimento com as suas pastas e, principalmente, com a dignidade e com a vida das mulheres”, disse Érica.
Uma das homenageadas da noite foi a atriz Zezé Mota, que por anos atuou como militante do Movimento Negro Unificado (MNU), denunciando racismos e atuando ativamente para combatê-lo. Ela foi premiada na categoria “artistas contra a violência”.
“Para mim é uma honra. Ser uma mulher empoderada é não temer, encarar a vida com garra, com coragem, e quando aparecer um obstáculo, darmos a volta por cima. Muita alegria, muita emoção. Muito feliz em de repente parar, pensar e poder dizer “valeu à pena”. É um prêmio muito importante, mais um que vai entrar para a minha prateleira”, contou Zezé.
Quem também foi premiada foi a secretária estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Rosangela Gomes.
“É um momento ímpar, muito significativo. Para nós o que importa é salvarmos vidas. E o Empoderadas tem se destacado, tem se consolidado cada vez mais, porque tem cumprido com eficácia o seu papel de proteger e salvar vida de mulheres e meninas” disse Rosangela.
A cantora Karinah animou a plateia, se apresentando no palco em duas oportunidades. Ela também recebeu a placa de reconhecimento. O evento foi encerrado ao som da bateria da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, onde funciona um dos polos do Empoderadas.
O Programa Empoderadas
O Programa atua na prevenção e enfrentamento à violência de gênero, e foi criado em 2019 por Érica Paes, campeão mundial de jiu-jitsu, especialista em segurança feminina e fundadora do IDMEP (Instituto de Defesa da Mulher Érica Paes). O Empoderadas faz parte do Programa Estadual de Enfrentamento ao Feminicídio no Estado do Rio de Janeiro, instituído através da Lei Estadual nº 9.985 de 7 de novembro de 2022.
A prevenção é a base da metodologia do projeto, que leva aos polos tatames e professoras graduadas em artes marciais, treinadas por Érica. Essas profissionais são preparadas para oferecer educação, alertar para direitos e identificação dos sinais da violência, sempre atuando de forma preventiva.
Uma vez que as alunas se identifiquem como vítimas de violência, são inseridas na rede de acolhimento social, jurídico e psicológico do próprio programa. Ou mesmo direcionadas aos equipamentos municipais e estaduais de atendimento às mulheres. Com o rompimento do ciclo da violência, muitas ainda se deparam com a violência patrimonial. Assim, a equipe do Empoderadas oferece ainda cursos profissionalizantes e de empreendedorismo para que as mulheres tenham autonomia financeira.
O Programa tem quatro anos de funcionamento e, ao longo deste tempo, dá assistência, cursos profissionalizantes e rede de apoio que conta com advogadas, psicólogas e assistentes sociais para um melhor acolhimento das suas alunas. E segue em expansão. Hoje, são mais de 60 polos ativos por todo território fluminense. Cerca de um milhão e trezentas mil mulheres já foram acolhidas.
Os polos promovem o atendimento de mulheres continuamente, levando informações sobre as leis e direitos das mulheres e fornecendo dicas preventivas de segurança a elas.
Fonte: www.secsocial.rj.gov.br