Bárbara Neves e Célio Afonso Castro, deficientes auditivos e funcionários da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS) comemoram mais um direito conquistado na última sexta-feira, dia 15, no Sine, Centro/BH, com o lançamento do curso de língua brasileira de sinais – Libras, para os trabalhadores que fazem atendimento no local. “É muito complicado para o surdo chegar ao Sine e não encontrar profissional qualificado para atendê-lo. A partir de agora serão eliminadas essas barreiras e ganharemos reconhecimento como cidadãos”, demonstraram por meio de sinais para o intérprete de Libras.
A oferta do curso já faz parte das ações do “Dia D”, dia da Inclusão Social e Profissional das Pessoas com Deficiência e dos beneficiários reabilitados do INSS, dia 29, que será comemorado em todo o país. “Esse é o momento único da inclusão, principalmente, porque estamos num mês de lutas de caráter nacional, devido às perdas sociais que estamos tendo com o governo federal. A implantação do curso é uma grande conquista dos deficientes e precisamos ampliar o máximo esse benefício porque o papel do estado é oferecer exatamente isso: os direitos às pessoas”, afirmou a secretaria do Estado Adjunta, Karla França, que falou também da importância da parceria com a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), para a criação da oferta do curso, especialmente para a Sedese.
A professora da Uemg, Emiliana Alves Drumond, responsável pelo curso à distância explica como foi o processo. “Esse é um trabalho pioneiro no Estado e vai atender muito bem as necessidades dos deficientes que chegam ao Sine. Vamos abordar o conteúdo básico, como vocabulário e alfabeto para os deficientes, além de desenvolver a comunicação de quem busca informações”, explica a professora, lembrando que, para montar o curso com carga horária de 40 horas, visitou os postos do Sine para conhecer a sua rotina.
Sedese mobiliza empresas
De acordo com dados do Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais, há 60.379 postos de trabalho a serem ocupados por PCD e, deste total, 31.818 postos são ocupados. O saldo de vagas é de 28.561. “Estamos sempre fazendo campanha para a ocupação por meio de distribuição de materiais e fazendo contato com as empresas sobre essas vagas”, explica a assessora para Inclusão da Superintendência de Políticas de Trabalho e Empregos da Sedese, Rosana Bastos, lembrando que, enquanto a vaga para trabalhadores em geral teve um decréscimo de 3,05% , o de pessoas com deficiência teve um acréscimo de 5,75%. “Esses dados demonstram a força da Lei de Cotas e de nossa fiscalização”, comemora.
De acordo com o Censo 2010, o número de pessoas com deficiência em Minas Gerais é de 4.432.456 em Belo Horizonte e 727.710. Participaram do evento o reitor da universidade do Estado de Minas Gerais, (UEMG ), Dijon Moraes Júnior, o diretor regional de Minas Gerais da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), Igor Valério Rodrigues, o superintendente Regional de Minas Gerais, João Carlos Gontijo de Amorim e o supervisor administrativo, Célio Castro, além da representante da Rede Cidadã, Vandelza Valim e os aprendizes com deficiência.
da Ascom/Social.MG