O índice de mortes por suicídios no mundo é classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como problema de saúde pública. Para reduzir o número de casos no País, 28 hospitais universitários oferecem tratamento psicossocial, com equipes multiprofissionais que envolvem médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas para atender a população.
O debate acerca do suicídio foi retomado nos últimos dias depois que o jogo da Baleia Azul se popularizou nas redes sociais. O assunto ganhou repercussão nacional após uma adolescente de 16 anos ser encontrada morta em uma represa no estado de Mato Grosso, supostamente após cumprir o último desafio do jogo, e de terem sido registradas outras ocorrências de tentativas de suicídio.
O jogo surgiu na Rússia e consiste em listar uma série de 50 desafios, que incluem automutilação, culminando com o suicídio do participante. Apesar do teor criminoso do jogo, adolescentes com transtornos de personalidade podem se tornar alvo fácil.
No Hospital Universitário da Universidade de Juiz de Fora (HU-UFJF), o serviço de psiquiatria e o Centro de Apoio Psicossocial (Caps) atendem pacientes mais suscetíveis a buscar o suicídio, como os casos de depressão, transtornos de personalidade, dependentes químicos e esquizofrênicos.
O psiquiatra Alexandre Rezende Pinto explica que as famílias devem se atentar ao chamado comportamento suicida. Começando com o desejo de morrer, passando por acreditar ser essa a melhor decisão, o planejamento, até, por fim, consumar o ato. “Pessoas caladas, que evitam o contato social e com mudanças importantes de comportamento devem ser observadas”, afirma o médico.
Apoio
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) atende pessoas com comportamento suicida 24 horas por dia pelo telefone 141, além de e-mail, chat e Skype. A associação, que fornece apoio emocional e prevenção ao suicídio, registrou o dobro de pedidos de ajuda desde a estreia de 13 Reasons Why, série lançada no fim de março que aborda o suicídio de uma adolescente.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade, com mais de 800 mil casos por ano em todo o mundo. Geralmente, essas pessoas chegaram a procurar ajuda e não tiveram o tratamento da melhor forma. “Existe um mito ao achar que quando falam, não vão fazer. É muito importante valorizar as tentativas de suicídio”, conclui Rezende.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Educação