No antigo prédio de quatro andares do Hotel Popular na Central do Brasil já está funcionando o Espaço Solidário, local onde trabalhadores que não têm como voltar para casa já podem passar a noite com dignidade gratuitamente. No espaço, reinaugurado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, e que recebeu uma reforma e um mutirão de limpeza, também estão sendo oferecidos cursos de hotelaria, informática, beleza, idiomas, entre outros cursos.
Graças a uma parceria com a Vara de Execuções Penais (VEP), egressos do Sistema Prisional do Rio, contratados pela secretaria, ajudaram na recuperação do Espaço Solidário e aproveitaram a oportunidade para formar a primeira turma de oficinas gratuitas oferecidas pela Faetec Cetep (Centro de Educação Tecnológica e Profissionalizante). Durante a reinauguração, foram entregues 343 certificados de conclusão dos cursos.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, Pedro Fernandes, que entregou o espaço à população, anunciou uma novidade: dentro de um mês, o Hotel Popular passará a funcionar às sextas-feiras. A capacidade também aumentou de 58 para 70 pessoas todas as noites. Os beneficiários são trabalhadores dos mercados formal e informal, que moram distante do Centro do Rio e não conseguem, muitas vezes, arcar com os valores das passagens e pernoitam no hotel. A entrada na unidade pode ser feita das 18h até as 22h. E a saída até as 8h de segunda a sexta-feira.
– Com a Faetec nesse mesmo espaço, podemos ajudar ainda mais pessoas. Este é o caso desses apenados que encontraram aqui mais uma oportunidade para recuperarem suas vidas, – destacou Pedro Fernandes.
Rodrigo dos Santos, que cumpre pena em regime semi-aberto, comemora a sua nova vida. Ele ajuda os outros companheiros e trabalha na cozinha do espaço fazendo refeições para todos que fazem a manutenção do local.
– Eu tenho que agradecer a Deus por estar aqui, fiquei quatro anos preso por tráfico de drogas. Fiz um curso e comecei a trabalhar na padaria do presídio. Com esse novo projeto do Hotel Popular, vim ajudar na limpeza e na alimentação das pessoas que estão trabalhando aqui. Ganhei a redução do regime fechado para o aberto e estou muito feliz por isso – ressaltou Rodrigo dos Santos.
Uma das hóspedes do hotel é Rosangela Gomes da Silva, uma diarista que frequenta o espaço há cinco anos e diz que não há motivo nenhum para o preconceito em dormir no local.
– De segunda a sexta-feira aqui é o meu lar. Todas as noites venho para cá. Moro em Magé e a distância me impossibilita de ir para a casa – contou a diarista que trabalha em apartamentos na Zona Sul e cita a falta de informação como um dos entraves para que mais mulheres, assim como ela, possam aproveitar desse benefício. São parceiros desse projeto, a Vara de Execuções Penais (VEP), a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) e a Fundação Santa Cabrini.
da Ascom/Assistência Social