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Cadastro Único serve de modelo para aprimorar inclusão social em El Salvador

As políticas sociais brasileiras são referência para El Salvador, na avaliação de David Agustín Gómez Toledo, representante do governo salvadorenho. Segundo ele, o governo de seu país tem como metas essenciais a criação de sistemas nacionais de proteção social, o planejamento e o desenvolvimento produtivo. Toledo destaca que o Brasil é modelo para eles em todas as políticas de desenvolvimento, seja na área social, seja na econômica.

Toledo é um dos quatro técnicos salvadorenhos que estão no Brasil para receber capacitação sobre o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. O sistema coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) inclui 23 milhões de famílias pobres e extremamente pobres. A partir de seus dados, o governo brasileiro formula ações e políticas sociais.

Para conhecer na prática o funcionamento do Cadastro Único, a delegação de El Salvador esteve nesta quinta-feira (26) no Novo Gama, em Goiás, cidade distante cerca de 40km de Brasília. Grupo composto também por técnicos do MDS visitou a Secretaria Municipal de Ação Social e viu de perto o atendimento do Bolsa Família. Conferiu o atendimento à população beneficiária do programa de transferência de renda no registro e na atualização cadastral.

A técnica do Departamento do Cadastro Único do MDS, Roberta Cortizo, mostrou à equipe salvadorenha o dia a dia de uma gestão municipal, como se dá a comunicação com as famílias, como são aplicados os formulários e arquivadas as informações, entre outras situações práticas. De acordo com Roberta, o Cadastro Único registra a população de forma diferenciada, identificando, por exemplo, veteranos de guerra – realidade comum em El Salvador – e pessoas sem documentação, além de integrar os municípios pelo sistema.

El Salvador – Esse país da América Central tem população estimada de 5,7 milhões de pessoas. Desses, 24% são pobres e 12% extremamente pobres, de acordo com o responsável pelo Registro Único de Participantes (RUP), Juan Francisco Grande Álvarez. O RUP é o sistema similar ao Cadastro Único. Está em fase experimental desde 2011 em cinco municípios. Assim como no Brasil, as informações cadastradas servirão para implantar programas de proteção social, explica Juan. A meta é cadastrar inicialmente idosos e estudantes do 7º ano ao ensino médio.

A partir do registro da população, ainda este ano devem começar as ações de transferência de renda. O benefício previsto para a área de educação é de quatro parcelas anuais de 50 dólares, destinados a manter os jovens na escola. Cerca de 13 mil alunos deverão ser beneficiados. Para idosos sem previdência social, o recurso previsto é de 50 dólares mensais e deve chegar inicialmente a 6 mil pessoas. Álvarez destaca que conhecer o Cadastro Único é importante para aprimorar o sistema de El Salvador, ainda em construção.

No Brasil, quando a população de baixa renda se inscreve no Cadastro Único, é gerado o Número de Identificação Social (NIS). De acordo com o perfil de cada família, identificam-se ações ou programas aos quais ela pode ter acesso, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC), a tarifa social de energia elétrica, a isenção de tarifas em concurso público, entre outros.

Brasil e El Salvador mantêm projeto de cooperação técnica para gestão e implantação do sistema de proteção social desde 2010. Esse foi o segundo encontro entre os países. A primeira visita técnica foi feita por equipe do MDS ao país centro-americano. O próximo encontro deverá ser novamente em El Salvador, ainda este ano.

Ascom/MDS