O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) vai investir R$ 20,5 milhões na construção de Bancos de Alimentos em Centrais de Abastecimento (Ceasas). A relação das localidades selecionadas para receber os recursos foi publicada no Diário Oficial da União dessa terça-feira (21). As propostas contempladas serão usadas para instalar novas unidades ou modernizar as existentes. Com o edital, serão implantados 16 novos Bancos de Alimentos e modernizados quatro, já apoiados pelo MDS, em funcionamento nas Ceasas de todas as regiões do país.
Os gêneros alimentícios dos Bancos de Alimentos – sem valor comercial, mas com valor nutricional – são processados e destinados a entidades socioassistenciais que oferecem alimentação a pessoas em situação de insegurança alimentar, além de abastecer Cozinhas Comunitárias, Restaurantes Populares e unidades escolares. Atualmente, existem 74 Bancos de Alimentos em funcionamento com recursos federais, com cobertura de 79% das regiões metropolitanas. No ano passado, eles trabalharam com cerca de 30 mil toneladas de gêneros alimentícios, atendendo, em média, 5,5 mil entidades por mês e beneficiando 1,6 milhão de pessoas.
Histórico – O programa Banco de Alimentos foi criado em 2003 dentro da estratégia Fome Zero. Segundo a coordenadora-geral de Sistemas Agroalimentares Locais, Ísis Ferreira, de lá para cá foram incorporadas novas funções, como a articulação com a agricultura familiar por meio dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), além de ações de educação alimentar. Com isso, explica a coordenadora, os Bancos de Alimentos passaram a desempenhar papel central na organização dos sistemas locais de segurança alimentar e nutricional.
Ísis Ferreira destaca que a atividade principal do Banco de Alimentos é combater o desperdício. No entanto, esclarece que não há dados oficiais sobre quanto é desperdiçado em alimentos no país. Menciona um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que aponta que 30% do desperdício ocorre nas Ceasas.
Além disso, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) publicou, no ano passado, pesquisa que distingue as características da perda de alimentos. Segundo Ísis Ferreira, nos países desenvolvidos o desperdício se dá no final da cadeia agroalimentar, ou seja, no varejo e no consumo. Já nos países em desenvolvimento, ocorre na etapa inicial da cadeia agroalimentar, isto é, na unidade produtiva – no campo –, durante o transporte, e nas Ceasas. Daí a estratégia do MDS para este ano, de investir na implantação de Bancos de Alimentos nas Ceasas, conclui.
O MDS, segundo Ísis Ferreira, tem provocado a criação de uma rede nacional de Bancos de Alimentos, para que outras iniciativas sejam parceiras no combate ao desperdício. É o caso do programa Mesa Brasil, do Sesc, e da Associação Prato Cheio, de São Paulo, entre outras. Essa rede deverá ser constituída em 2013.
No quadro, os contemplados com os recursos:
UF |
Proponente |
Proposta |
RJ |
Governo do Estado do Rio de Janeiro |
Implantação de 6 unidades na perspectiva da rede estadual de Banco de Alimentos |
RS |
Governo do Estado do Rio Grande do Sul |
Implantação |
ES |
Governo do Estado de Espirito Santo |
Implantação |
PI |
Governo do Estado do Piauí |
Implantação |
GO |
Governo do Estado de Goiais |
Implantação |
PB |
Governo do Estado da Paraíba |
Implantação |
TO |
Governo do Estado de Tocantins |
Implantação |
MG |
Prefeitura Municipal de Poços de Caldas |
Implantação |
MG |
Prefeitura Municipal de Patos de Minas |
Implantação |
MG |
Prefeitura Municipal de Caratinga |
Implantação |
PA |
Governo do Estado do Pará |
Implantação |
SP |
Prefeitura Municipal de Campinas |
Modernização |
SP |
Prefeitura Municipal de Santo André |
Modernização |
RS |
Prefeitura Municipal de Caxias do Sul |
Modernização |
BA |
Prefeitura Municipal de Paulo Afonso |
Modernização |
Ascom/MDS