Nos últimos 20 anos, milhares de pessoas tiveram as suas vidas transformadas pelo Programa Bolsa Família. Na última sexta-feira (20.10), algumas delas estiveram presentes no auditório do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), ao lado de políticos, servidores e apoiadores, durante o evento comemorativo das duas décadas do programa.
Aldenora Gonzalez veio do Amapá, onde criava patos e galinhas como forma de subsistência. Depois de uma doença nos animais, ficou sem renda para cuidar dos cinco filhos. “Eu me vi numa situação crítica e tive que bater na porta do CRAS para pedir ajuda. Quando recebi o Bolsa Família, eu tinha vergonha de ir no comércio da minha cidade com o cartão”, conta. “Eu era presidente da Associação dos Moradores do meu bairro e isso era uma vergonha para mim”, relembra.
No entanto, Aldenora percebeu como o Bolsa Família fez diferença na região. “Quando comecei a circular no bairro, pude ver a diferença que acontece com o dinheiro do Bolsa Família circulando. O comércio local cresce e se fortalece e as pessoas têm poder aquisitivo para poder comprar aquilo que elas querem comer e não somente o que é recebido como doação”, explica.
Para ela, o recurso fixo e seguro do Bolsa Família proporcionou também a realização de um sonho antigo: voltar a estudar. “Eu me formei recentemente em Serviço Social e agora sou uma trabalhadora com muito orgulho. Agora posso ter um emprego na minha área”, comemora.
Já João Pedro Ferreira, integrante do Movimento da Luta pela Moradia, convive com pessoas que têm muita dificuldade em arcar com os compromissos financeiros. “Ontem mesmo, uma vizinha deixou de comprar comida para pagar o aluguel, pois ia ser despejada. O Bolsa Família é muito importante para o povo brasileiro, tira a fome das pessoas”, opina. “O que temos com o presidente Lula, nenhum outro presidente deu. Sem o Bolsa Família, o povo não é nada”, aponta.
De acordo com o dirigente nacional do movimento, Jorge Luiz, a luta pela moradia passa pelo bem-estar da comunidade que paga aluguel, como mães solo e desempregadas. “O Bolsa Família é um benefício que veio agregar muito para nós, famílias de baixa renda. O programa ajuda a manter os filhos na escola e a tirar as crianças da rua”, avalia.
Michele de Carvalho também participou do evento. Há pouco mais de um ano, ela deixou o Piauí e se mudou para a capital federal em busca de uma vida melhor. Casada e mãe de cinco filhos, Michele trabalha fazendo diárias e recebe o Bolsa Família há 15 anos. O marido teve um tumor cerebral e está sem trabalhar. “Com o benefício consigo pagar meu aluguel, pois é um valor certinho todo mês. Se não fosse o Bolsa Família, nem imagino! A gente tem vontade de mudar de vida e não precisar mais do benefício, mas hoje o que me salva é o Bolsa Família”, define.
Um dos homenageados no evento desta sexta-feira foi Sérgio Monteiro. Funcionário do MDS, ele atuou durante os 20 anos de existência do Bolsa Família, na Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, como um dos principais responsáveis pelas atividades de execução dos recursos colocados à disposição do programa.
“É uma honra e um privilégio muito grande poder representar todos os funcionários do MDS. Não só eles, mas nos 26 estados, no DF e nos 5.570 municípios que atuaram e atuam até hoje para que esse programa seja o que ele é”, comemora. “Eu sou muito grato por esse privilégio. Estou no programa desde outubro de 2003. Acompanhei o desenvolvimento desde quando ele nasceu, quando morreu e quando ressuscitou”, afirma.
Assessoria de Comunicação – MDS