O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que é preciso avaliar a capacidade da população brasileira de pagar a Previdência.
Segundo ele, o crescimento dos gastos entre 1991 e 2015 foi puxado, principalmente, pelas despesas previdenciárias. “A trajetória é crescente. Em todos os mandatos, os presidentes terminaram com despesas maiores do que começaram. Isso mostra claramente a insustentabilidade das contas públicas brasileiras”, afirmou.
A fala de Meirelles ocorreu no Fórum Estadão sobre Reforma da Previdência, em São Paulo, nesta quinta-feira (09). Ele abriu o evento e relatou o quanto as despesas públicas têm crescido nos últimos anos. O ministro argumentou que ninguém questiona a importância da Previdência, mas defendeu que o sistema precisa ser sustentável para não se tornar um peso para a sociedade.
“A Previdência brasileira tem um ponto positivo: ela é generosa. Ninguém questiona que isso é algo positivo, que é uma coisa que deve ser perseguida”, afirmou. “Por outro lado, a questão não é essa. Quem paga isso é a sociedade brasileira, e temos de avaliar a capacidade da sociedade brasileira de pagar”, argumentou.
Peso da Previdência no Orçamento
Meirelles explicou que a Previdência, nas últimas décadas, ganhou muito espaço no Orçamento público. “Fica evidente que é uma trajetória insustentável. Se compararmos a despesas primários do governo central com o PIB, vamos ver que ela partiu de 10,8% do PIB, em 1991, para cerca de 19% do PIB, hoje. É uma trajetória crescente e ininterrupta”, observou.
A maior parte desse avanço nas despesas, observou Meirelles, foi puxada pela Previdência. “Em resumo, o grande foco da evolução das despesas públicas no Brasil, nesses 25 anos, é basicamente concentrada, em grande parte, na Previdência Social”, explicou.
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