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Assistentes sociais comemoram data e falam do dia a dia da profissão

Uma profissional múltipla, polivalente e de grande importância na sociedade. Essa é a assistente social, que tem seu dia comemorado neste 15 de maio. Os artigos no feminino não são mera coincidência ou estilística. Dados de um estudo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) mostram que a profissão é formada quase em um sua totalidade por mulheres. De cada dez assistentes sociais, nove são do sexo feminino, carregando a essência da profissão, a luta por direitos, assim como a turmalina verde, uma pedra brasileira singela por excelência, simbolizando a esperança e a sinceridade, alegorizando o Serviço Social.

Os dados mostram ainda que na categoria prevalecem as idades entre 35 a 44 anos (38%). Na distribuição regional, no Centro-oeste, a categoria tem uma idade mais elevada, pois o percentual dos profissionais na faixa etária de 35 a 44 anos sobe para 45%. A maioria dos profissionais se identificou como de cor branca (72,14%), recebendo de 4 a 6 salários mínimos por 40 horas de trabalho.

Quanto à formação profissional, a pesquisa aponta que a maioria dos profissionais ainda não teve acesso à pós-graduação, já que mais da metade possui apenas a graduação.

Quem nunca sonhou em ser um assistente social?                   

Do interior para a cidade grande, Iracema Inoue, assistente social por escolha, servidora, assim como as outras personagens desta reportagem, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), viu na profissão uma forma de transformar a própria realidade. Filha de lavradores, e vivendo em uma situação de extrema pobreza, como ela mesma conta, viu no Serviço Social uma oportunidade de poder agir em prol do próximo. “Amo o que eu faço. Sou formada desde 1987, pelo Instituto Toledo de Ensino, e digo aos que querem entrar nessa profissão, que se dediquem e não façam só pelo diploma”, orienta, estimulando novos colegas.

Jucélia e Iracema: desafios e amor à profissão

Já a assistente social, Jucélia Aguiar, acredita que para ser uma boa profissional é preciso alinhar o conhecimento técnico com a sensibilidade. “Em uma conversa informal e querendo fugir da matemática, me encontrei com o Serviço Social. Não fiz teste vocacional, mas me encontrei na profissão”, diz lembrando que um dos maiores desafios ainda é separar o assistencialismo do campo da atuação do profissional formado em Serviço Social. “Muitas pessoas ainda não compreendem o nosso trabalho”, complementa.

Conforme dados do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), as primeiras escolas de Serviço Social surgiram no Brasil no final da década de 1930, quando se desencadeou no país o processo de industrialização e urbanização. Nas décadas de 40 e 50 houve um reconhecimento da importância da profissão, que foi regulamentada em 1957 com a lei 3252.

Ainda conforme o CFSS, a profissão passou por mudanças e necessitou de uma nova regulamentação: a lei 8662/93. Ainda em 1993, o Serviço Social instituiu um novo Código de Ética, expressando o projeto profissional contemporâneo comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos.

Na teoria e na prática

Coordenadora do curso de Serviço Social da Uniderp e técnica da Sedhast, Selma Rocha, na profissão desde 1991, diz que a área é aberta para todos. “Qualquer pessoa pode ser um assistente social, desde que tenha ou consiga desenvolver uma capacidade de mediação, sendo humano, ético, técnico e responsável”, lembra.

Selma vivencia diariamente teoria acadêmica com e a prática da profissão

Selma conta que a instituição da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), em 1993, ajudou bastante as articulações, inclusive no reconhecimento do profissional, que mesmo assim sofre ainda com a interferência de pessoas sem conhecimento técnico e teórico, executando ações assistencialistas pensando que estão fazendo o papel do assistente social.

Amor à primeira vista

Com a profissão aos seus olhos desde a época de estagiária, Beatriz Maria da Silva, reforça que a reinvenção diária é um dos atributos necessários para um bom desempenho profissional. “Temos que nos reinventar diariamente. Muitas pessoas acreditam que a assistente social é aquela moça boazinha, que vai chegar e dar a cesta básica, o agasalho”. Ela também conta que existe preconceito em relação a profissão. “Ainda existe preconceito. Talvez por desconhecimento, mas posso dizer que é uma profissão como qualquer outra”.

Superando esses preconceitos e decidida em seguir pelo Serviço Social, Leila Perin, não titubeou e se vê feliz até hoje pela escolha. “Tem espaço para todos. Vestir a camisa, honrar a profissão, mesmo com todas as dificuldades, é a receita para vencer qualquer barreira e ser uma boa profissional”, relata.

Bons profissionais, boa equipe, bons resultados.

Com um perfil técnico articulador e com amplo histórico de atuação profissional, a graduada em Serviço Social pela Faculdade Unidas Católicas de Mato Grosso (Fucmat) em 1986 e mestre em Educação pela UFMS em 2007, Elisa Cleia Nobre, titular da Sedhast, destaca o papel da equipe e dos profissionais da secretaria.

“A nossa equipe é muito ousada e tem trabalhado para elevar Mato Grosso do Sul frente ao reconhecimento pelas políticas desenvolvidas aqui. A Sedhast, mesmo diante de seu tamanho, tem conseguido alcançar um número muito grande de pessoas e pretendemos manter essa qualidade elevando ainda mais. Meus parabéns aos assistentes sociais pelo dia e pelas vitórias alcançadas”, finaliza.

 

Leomar Alves Rosa – Assessoria Sedhast | Fotos: Ana Paula Oliveira